O que seria sublimar para a psicanálise?
Com certeza trata-se de um tema amplamente debatido pela comunidade psicanalítica e até hoje um assunto que desperta bastante curiosidade. A ideia de sublimação surgiu com Freud como um dos destinos da pulsão. De acordo com o autor a pulsão pode ser recalcada, invertida ou sublimada.
Para Lacan o destino da pulsão definiria os modos de tratamento do real, poderíamos pensar na sublimação como um destino mais otimista para a pulsão, uma forma de transformar aquilo que é da ordem da sexualidade em algo não sexual. O que para o neurótico é um sintoma, por meio da sublimação torna-se um objeto estético ou científico. No entanto, Freud alerta que não é possível sublimar tudo, em algum momento haverá o recalcamento e por consequência os sintomas.
Posteriormente Freud passou a pensar a sublimação a partir de sua ideia sobre a pulsão de morte, a partir daí, considerou que as pulsões de vida e morte estariam de certa forma ligadas, e a sublimação se produz a partir da separação dessas pulsões. Um ponto de destaque nesse pensamento, é que quanto mais o sujeito encontra formas de sublimar, maiores se tornam as condições para o retorno da pulsão de morte dissociada da pulsão de vida, que retorna de forma destrutiva para o sujeito.
Lacan contribuiu com novas ideias para a sublimação, definindo-a como a elevação do objeto a dignidade da coisa, ou seja, ao invés de concernir aquele objeto positivado na forma de uma imagem ao qual o indivíduo atribui a satisfação da frustração pulsional, o sujeito pega esse objeto e o negativisa, transformando-o em um signo que representa a universalidade da impossibilidade de acesso ao objeto.
REFERÊNCIAS:
Como é a sublimação para a psicanálise hoje? | Christian Dunker @chrisdunker | Falando nIsso 85
LACAN – Seminário VII
Freud, Sigmund (1930). O Mal-estar na Civilização
Freud, Sigmund (1996). As pulsões e suas vicissitudes
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