PULSÕES – De Freud a Lacan

A finalidade da pulsão é sempre a satisfação, sendo que a satisfação é definida como a redução da tensão provocada pela pressão.
FREUD - 1915
A finalidade da pulsão é sempre a satisfação, sendo que a satisfação é definida como a redução da tensão provocada pela pressão.
FREUD – 1915
Texto – PULSÕES – De Freud a Lacan – produzido com a finalidade de promover reflexão e debate.

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Freud e a teoria das pulsões

Freud desenvolve seu trabalho sobre as pulsões em sua obra “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade’’, onde segundo o autor, a sexualidade humana não poderia ser pensada como um instinto, mas sim como uma pulsão. De acordo com ele, a pulsão teria uma fonte corporal ligada as membranas corporais e ao contato com o outro, nos lábios, no olhar, na escuta e no ânus. Isso provoca então uma erotização a partir da construção da pulsionalidade humana.

Para Freud, existe uma origem para a pulsão, uma fonte, a pulsão se dirige para o objeto, mas não o encontra, porque o objeto da pulsão é por definição um objeto desde sempre perdido. Nesse processo de envolver o objeto, a pulsão cria o próprio objeto e volta para si mesma encontrando a satisfação, que pode ser de uma forma ativa ou de uma forma passiva. Nesse sentido, podemos pensar que essa pulsão é a origem do conflito que produz os sintomas do sujeito, ou seja, é pelo sintoma que o sujeito encontra o gozo.

Contribuições de Jacques Lacan

É possível pensar em Lacan, que o gozo é uma satisfação inconsciente, que pode vir a ser percebida a nível consciente como o seu contrário, ou seja, uma sensação de desprazer, uma satisfação insatisfatória. Para Lacan, o gozo está profundamente ligado a ideia de repetição. Aquilo que foi perdido enquanto prazer é recuperado na forma de gozo, podendo aparecer, por exemplo, no chiste. A ideia de que o gozo vem acompanhado da repetição, já nos da uma noção do que Lacan entende por pulsão. Para ele o que se entende por pulsões poderia ser reduzido a uma pulsão, que é a pulsão de morte e as demais derivariam desta primeira. A pulsão de morte é definida pela noção de repetição.

Portanto, o gozo se apresenta como uma substância, uma substância que exprime a relação de contra-identidade e de perda de unidade ao nível do sujeito porque seria essa a característica da pulsão de morte, tendendo sempre a fragmentação. Sendo assim, podemos entender que o gozo só é acessível, na escala invertida da lei do desejo, ou seja, o gozo está atrelado a noção de impossível.
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Psicólogo Bruno Moraes Texto construído por Bruno Moraes – Psicólogo de orientação psicanalítica

@psicanalisenacultura

Fontes:

▪️Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade – Freud (1905)
▪️O seminário V – Lacan (1957-58)
▪️Qual é a relação entre a pulsão em Lacan e as ideias de Freud? | Christian Dunker – YouTube

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