Uma perspectiva profissional acerca dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos e seus familiares.

Cuidados Paliativos – Já ouviu falar?
É no momento em que o sujeito, vitima de uma doença terminal, quando todos os exames foram realizados e constatou-se que não haveria possibilidades da regressão da doença, que a pessoa vivencia sua finitude, o limite de sua existência, se depara com o fim da sua história. Mas afinal, ainda existe tratamento possível para esse sujeito? Os cuidados paliativos são direcionados justamente a esses pacientes, como uma proposta de diminuição do sofrimento, alívio dos sintomas, tais como a elaboração da história de vida desse paciente, as possíveis realizações pendentes, o medo de vivenciar a morte, as limitações do tratamento hospitalar, muitos fatores precisam ser considerados nesse momento. A dor também é de quem fica, é da família que junto ao enfermo sofre com a perda, vivendo com aquela pessoa o processo de morte. A união da equipe multidisciplinar é crucial no atendimento dessas pessoas e de seus familiares, médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e os demais profissionais, devem coordenar suas estratégias de intervenção para acolher e auxiliar os envolvidos. Apesar de receber esse cuidado ser um direito de todos, atualmente apenas 10% dos hospitais no Brasil oferecem esse suporte, na grande maioria dos casos, o desespero, a angustia, a falta de conhecimento sobre a doença, acompanha o individuo até o fim da sua história.
Moraes, B. Uma perspectiva profissional acerca dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos e seus familiares.Espaço Penseé. 2020

Cuidados Paliativos – Já ouviu falar?

É no momento em que o sujeito, vitima de uma doença terminal, quando todos os exames foram realizados e constatou-se que não haveria possibilidades da regressão da doença, que a pessoa vivencia sua finitude, o limite de sua existência, se depara com o fim da sua história. Mas afinal, ainda existe tratamento possível para esse sujeito? Os cuidados paliativos são direcionados justamente a esses pacientes, como uma proposta de diminuição do sofrimento, alívio dos sintomas, tais como a elaboração da história de vida desse paciente, as possíveis realizações pendentes, o medo de vivenciar a morte, as limitações do tratamento hospitalar, muitos fatores precisam ser considerados nesse momento. A dor também é de quem fica, é da família que junto ao enfermo sofre com a perda, vivendo com aquela pessoa o processo de morte. A união da equipe multidisciplinar é crucial no atendimento dessas pessoas e de seus familiares, médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e os demais profissionais, devem coordenar suas estratégias de intervenção para acolher e auxiliar os envolvidos. Apesar de receber esse cuidado ser um direito de todos, atualmente apenas 10% dos hospitais no Brasil oferecem esse suporte, na grande maioria dos casos, o desespero, a angustia, a falta de conhecimento sobre a doença, acompanha o individuo até o fim da sua história.
Quer saber mais? Acesse:


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/gestao_da_qualidade.pdf
https://paliativo.org.br/tag/organizacao-mundial-da-saude/

Vivemos em uma sociedade que apresenta uma crescente demanda para a humanização e valorização da vida em quaisquer etapas ou situações sociais. Em concomitância com tal crescente, um tema que entra em pauta é o dos cuidados paliativos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO, 2014) os cuidados paliativos são aplicados por intermédio de uma equipe multidisciplinar que é focada nas necessidades dos indivíduos portadores de doenças sem perspectiva de cura. Esses cuidados abrangem os pacientes enfermos e seus familiares, visando favorecer o bem-estar para essas pessoas.


Os psicólogos têm participação especial nesse processo, pois essa classe se atém a um campo que não é costumeiramente priorizado dentro de muitos ramos da saúde, como o da psique e do bem-estar emocional. No contexto hospitalar, o psicólogo atua como um facilitador das relações dentro da equipe multidisciplinar, enquanto que, voltando-se para o paciente, deve ter como foco promover a saúde, não atendo-se apenas a um papel semelhante ao do psicólogo clinico, mas sim utilizando de todos os recursos e profissionais disponíveis para promove-la (ALMEIDA, 2000).


A saúde da família que acompanha o paciente é um fato que muitas vezes não é levado em conta, seja de forma presencial ou não. Uma situação de adoecimento pode gerar consequências em todo o meio familiar e nas relações ali presentes. Buscando minimizar esses efeitos deve-se oferecer um olhar atento também para a família desse paciente, que às vezes está muito envolvida no processo podendo ter dificuldades em lidar com o caso. Esses familiares constantemente têm que tomar decisões difíceis, mudanças de rotina, novas responsabilidades, tudo isso de forma repentina o que gira em torno não só de uma mudança concreta, mas também de mudanças no âmbito psicológico, muitas vezes passando por processos de luto e reelaboração.


Buscamos aliar este tema com uma das doenças que mais ocasionam mortes no mundo atualmente, o câncer. Segundo relatório atualizado em maio de 2018 apenas os cânceres de pulmão, traqueia e brônquios, representam a sexta colocação num ranking de causas de fatalidade (OPAS/OMS, 2018), sendo responsável por cerca de 1,76 milhões de óbitos. Apenas em 2018 foram cerca de 9,6 milhões de vítimas da doença, sendo classificada como a segunda maior causa de morte do mundo (OPAS/OMS, 2018), esta que hoje é uma doença com grande taxa de hospitalização e com um grande estigma em torno dos seus processos de tratamento, tem grande espaço para a utilização dos cuidados paliativos. Ao estudarmos a perspectiva profissional acerca dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos e seus familiares, podemos compreender de forma subjetiva a importância desse processo para a valorização da vida e promoção da
saúde nessas pessoas que muitas vezes se encontram em situações de possível angústia. Também é importante que consideremos a forma como esse processo colabora para atenuar esse sofrimento e propiciar uma melhora para o sujeito.


Objetivamos observar tais fenômenos acima citados a partir de um olhar psicanalítico, relacionando teoria e prática aos cuidados paliativos que são oferecidos a pacientes com câncer em situação terminal. Dessa forma, é possível compreender minimamente a realidade do outro, suas experiências, expectativas e sua subjetividade, para que juntos, analista e paciente possam construir uma
nova perspectiva a respeito de tais eventos. Constitui parte importante dessa pesquisa a perspectiva médica, considerando que os profissionais da medicina são primordiais no tratamento da doença. Ao relacionarmos a imagem dos agentes da saúde ao sujeito, pode ser possível notar que esta é responsável por nutrir um grande número de expectativas para o paciente, de maneira em que as possibilidades de cura, notificações de melhora ou agravamento da doença, são informações colhidas a partir da equipe hospitalar. É importante que tais relações a imagem dos profissionais envolvidos sejam um forte alvo de observação para o psicólogo, uma
vez que esses dados podem fornecer materiais relevantes para que o profissional possa desempenhar seu trabalho.
Assim buscamos contribuir cientificamente para que se possa observar a importância desse processo e também apontar suas especificidades, sejam elas positivas ou negativas, para que seja possível proporcionar uma maior qualidade de vida aos sujeitos envolvidos.

 

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Como citar:

MORAES, Bruno; FERNANDES, Camila et all. UMA PERSPECTIVA PROFISSIONAL ACERCA DOS CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES ONCOLÓGICOS E SEUS FAMILIARES. São Paulo, UNIP, Outubro. 2019, p. 76.
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1-PUxXNaUaXg58in4Aks0w9nzys1MJREm/view?usp=sharing.

Autores:

Bruno Moraes, Camila Fernandes do Carmo, Camilla de Souza Silva, Carlos Leite de Almeida Filho, Laís Santos Da Silva, Tatielly Sousa Menezes.

 

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