Depressão – diagnóstico, sintomas e tratamento pela psicanálise.

A depressão revelou-se como um fenômeno clínico, que aponta para uma estrutura – neurose ou psicose. Se a psiquiatria responde, na maioria das vezes, com o medicamento que visa tamponar a dor – “um comprimido para o deprimido” –, a psicanálise abre a possibilidade do sujeito remediar o próprio sofrimento com a palavra. (Siqueira, 2007)

Diagnóstico de depressão.

Não é nenhuma novidade que a depressão tem sido uma das patologias mais utilizadas para a classificação de pacientes nas diversas áreas da saúde mental. Estimasse de acordo com o IBGE:” que 10,2% (16,3 milhões) das pessoas com mais de 18 anos sofrem da doença. Quando o levantamento anterior foi realizado, em 2013, eram 7,6% (11,2 milhões) — um adicional de 5,1 milhões de casos no período”.

O CID classifica da seguinte forma:

CID 10 – F32   Episódios depressivos
CID 10 – F32.0   Episódio depressivo leve
CID 10 – F32.1   Episódio depressivo moderado
CID 10 – F32.2   Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos
CID 10 – F32.3   Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos
CID 10 – F32.8   Outros episódios depressivos
CID 10 – F32.9   Episódio depressivo não especificado
https://www.medicinanet.com.br/cid10/1531/f32_episodios_depressivos.htm#:~:text=CID%2010%20F32%20Epis%C3%B3dios%20depressivos%20%E2%80%93%20Doen%C3%A7as%20CID%2D10

Embora muitos diagnósticos tem sido feitos ao longo dos últimos anos, o que é de fato a depressão? será que podemos pensa-la por via da psicanalise? Quais são os sintomas e quais são os possíveis tratamentos oferecidos pela clínica psicanalítica? São essas perguntas que tentarei responder nas linhas abaixo buscando elucidar alguns referenciais teóricos que possam construir alguns links com o tema.

A depressão para a psicanálise

Diferente dos métodos psiquiátricos, que irão procurar formas de aliviar as dores e promover o rebaixamento dos níveis de consciência se utilizando de medicamentos e outros exames, a psicanalise irá propor uma forma de escuta que permita que o próprio sujeito encontre formas de lidar com esse sofrimento.

O psicanalista Christian Dunker (2016) faz uma relação entre a melancolia e a depressão, buscando destacar suas principais diferenças através de alguns conceitos teóricos da psicanálise. De acordo com ele, é possível pensar a melancolia como uma das formas de sofrimento mais antigas, prescritas incialmente por Hipócrates na Grécia antiga, que a descreve como uma espécie de desistência do existir, fazendo com que tudo pareça escuro, tornando a relação com a vida uma experiência marcada pela dor e pelo sofrimento. Nos dias atuais, vivenciamos um novo quadro epidêmico, a depressão (Christian Dunker, 2016).

A depressão envolve um sintoma caracterizado pela psiquiatria como a Anedonia (dificuldade ou incapacidade de uma pessoa sentir prazer ou se motivar a realizar atividades que antes eram prazerosas). Dessa forma podemos pensar que o sujeito acometido pela depressão, antes de mais nada, perde sua capacidade de encontrar graça na vida, em outras palavras, ele perde a sua relação com o desejo. De acordo com o autor, essa relação com o desejo pode ser uma primeira tradução para a leitura psicanalítica das depressões (Christian Dunker, 2016).

Podemos inicialmente pensar a depressão como uma impossibilidade experimentada pelo sujeito que o direciona para um estado de impotência diante da sua vida e do seu desejo (Christian Dunker, 2016).

Sintomas da depressão

Muitos dos sintomas depressivos, podem estar ligados a sensação de redução da aceleração da vida, como se o tempo estivesse passando lentamente. A depressão também pode envolver uma serie de sintomas corporais, como por exemplo: perda de apetite, insônia, cansaço constante, dores corporais, humor irritativo dentro outros. Por tanto, de acordo com Dunker (2016), nem sempre podemos associar a depressão com a tristeza. Existem manifestações da depressão que trazem justamente uma impressão oposta, ou seja, uma necessidade do sujeito de estar sempre ocupado, em um constante estado de mania justamente para evitar um possível encontro com o vazio

Tratamento para a depressão pela psicanálise

Como já mencionado anteriormente, a psicanálise oferece uma escuta ao sujeito do inconsciente que se manifesta na clínica. É comum que a pessoa busque tratamento psicológico para saber de sua doença, sendo que em vezes, ela mesma tem um diagnostico próprio de “depressão” ou como muitos vezes observamos nas clínicas de psicanálise, está classificação pode ter sua origem por via de um diagnostico psiquiátrico. Sendo por uma via ou por outra, esse desejo de saber irá move-la ao encontro com o analista, e este irá acolher sua queixa assumindo um lugar de suposto saber, no entanto ciente de não possuir o saber que o sujeito demanda. Frente a esta demanda, o analista faz semblante, e não respondendo do lugar de mestre, possibilita que a pessoa construa sua própria ideia a respeito de seus sintomas, permitindo que o mesmo(a) se responsabilize pela sua historia e construa algo inédito.

Não há contraindicações para o tratamento em psicanálise, sendo assim ao iniciar um processo analítico pela clínica psicanalítica é possível que o sujeito encontre formas de fazer algo com esse sofrimento do qual se queixa, é possível criar e dar outros nomes que talvez não seja essa classificação tão conhecida, a depressão.

Clínica de psicanálise on-line

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Fontes

Siqueira, Érica de Sá Earp. (2007). A depressão e o desejo na psicanálise. Estudos e Pesquisas em Psicologia7(1) Recuperado em 29 de junho de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812007000100007&lng=pt&tlng=pt.

https://noticias.r7.com/saude/ibge-depressao-aumenta-34-e-atinge-163-milhoes-de-brasileiros-18112020

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